Anoitecer de um Riacho
O rio límpido corre apressado por dentre as pedras levemente esverdeadas pelo musgo. Desce com majestade cada degrau de rocha, espumando uma espuma branquíssima. À sua volta, toda a floresta brilha num verde vivo, cheio de alegria. Tudo é verde, até as pedras, até o céu, por onde se estendem os maiores ramos. Só a espuma branca do rio contrasta com o vívido verde da floresta, criando um saboroso alimento para os olhos de quem calmamente observa divina obra pintada.
E do topo das árvores, um pequeno buraco entre os galhos densos deixa entrar a preciosa luz, que permite a visão de tamanha beleza. E é nesse pequeno pedaço de um azul magnífico que um coração toma forma, tornando ainda mais mágico o cenário.
O imponente Sol se refugia atrás das altas montanhas, seus últimos raios sonolentos se espalham pela imensidão do céu, alaranjando tudo o que tocam. Tornam-se laranja as nuvens, as planícies, as montanhas, a copa das árvores. Mesmo o rio é agora de um laranja brilhante e o verde da floresta vai aos poucos se escurecendo. É a noite que chega, é a promessa de que um novo dia vai nascer.
Os últimos raios de Sol ainda lutam contra o negro dominante da noite que vem tomar o seu lugar. A Lua já está brilhando, com toda sua força, sua imagem tortamente refletida na superfície do lago, agora negro, aonde o rio sinuoso e majestoso despeja suas águas, outrora tão espumosas e agitadas, agora tranqüilas e sonolentas a contemplar o sereno luar.