semelhanças, saudades e amor
Sinto saudades disso. Saudades desse momento só meu onde nada e nem ninguém me atrapalha. Saudades desse silencio barulhento que invade meu pensamento de nada. Palavras que fluem.
Sinto deixar morrer dentro de mim essa coisa que me deixa viva, que me valida de total sentimento. Deixo rolar algo que nem eu entendo, um eu-lírico que eu mal conheço, mas que parece ser mais autentico que minha inútil vida ilustrada por falsos rumores. E então a inspiração reaparece sem ser chamada, as luzes se apagam e eu ouço um silencio exorbitante. E acabo preenchendo algo essencial e raro pra mim: o silencio da minha propria mente.
São esses pré-amores que me cativam, tomando minha carne, olhos e desejos maiores. São essas rodas afortunadas de citações baratas que confundem minha mente. Faço-me poeta de lixo.
Amor: a maior inspiração para grandes gênios.
As pessoas jogam perguntas procurando respostas, mas a verdade é que não a querem encontrar. Existe algo mais prazeroso que o proibido? SIM. O desconhecido!
O amor só existe pela sua complexidade e margem protetora que o torna impossível de conhecer. Uns dizem ser tão diferente e moldavel que anula todo o tipo de explicação que podemos da-lo. Eu digo ser incoerente, até mesmo inexiste. Mas ainda assim é vivo. Vive não como eu, mas como meu eu-lirico que insiste em existir onde não deveria, emana desejos próprios e transforma-se a hora em que bem entende. É frio, é quente. É ele e só.
Amor se define com amor, não há nada mais vívido para expressar amor que o próprio amor. É como a saudade que sinto, é como essa vontade de me expressar que surge sem motivo e não morre nunca, apenas descansa para não me sufocar.
Amor é saudade, saudade de amor.