[Imbuído em Silêncios]
A noite, a grande noite
já desce sobre os meus olhos.
Extraviei-me em encruzilhadas,
falta-me tudo, até o que nunca tive.
Sumi... ou devo sumir;
não importa mais;
devo estar imbuído em silêncios.
Uma cria de perdidos tempos
é só que eu sou agora.
Estou longe, longe...
distante da minha terra.
É só isso, e mais nada.
E se não for, o que importa,
isto é, a quem importa,
senão a mim mesmo?
O ajuste de contas é meu.
Importa-me agora apenas
ouvir o suave ronco do motor do carro
que vai me levar para lá.
Please, vida, um Honda,
please, eu posso pagar,
e ainda me sobra pr'a cachaça,
de Minas, é claro!
[Penas do Desterro, 16 de abril de 2011]