Meu passatempo
Escrevo sobre coisas vagas no meu passatempo preferido. Visito as dimensões do existir e componho meu próprio olhar sobre coisas que não fazem nenhum sentido, como a morte, mas que têm grande significado na vida real.
Escrevo sobre o sentir de coisas que beiram a loucura, mas que por vezes se confirmam provando que a insanidade visita a todos por menor tempo que seja.
Escrevo sobre essa certeza da morte que traz consigo a franqueza de que há espaço para dúvidas sobre o que vem depois.
Escrevo sobre o nosso modo de ver o tempo como finito e contar os anos para frente e para trás como se o esse tempo fosse significativo perto do universo.
Escrevo sobre esse mar de coisas que há entre o céu e a Terra, que devem explicar tudo o que queremos saber, mas que não podemos decifrar.
Escrevo sobre sentimentos que nos invadem como espíritos ou almas nos fazendo sentir nas nuvens ou no inferno por estar perto ou longe de alguém que nos é especial sabe-se lá porquê.
Escrevo sobre a fé que nos impomos por medo da idéia de que podemos não ser mais importantes do que ter existido durante anos para nunca mais.
Escrevo porque essas dúvidas pulam em mim mais do que na maioria das pessoas que eu conheço, pelo menos ao que parece.