(impo)Tente

Dias, malditos dias, onde a calmaria é prenúncio do fim. Vontades esvanecidas, perdidas. O fardo da vida que torna-se cada vez mais pesado...

Minhas costas curvadas já não suportam mais carregar, minha alma padece, meu corpo apodrece. Não quero mais, não quero pessoas, não quero futuro, não quero presente, não quero passado, não quero VIDA.

Meu peito dói mas a dor se torna tão insignificante perante a grandeza de todas as outras coisas que eu me sinto ridícula apenas pelo fato de sentir.

Mas hoje eu vou ser ridícula por mim mesma, não vou usar os outros, hoje sou só eu.

Eu e o tempo.

Eu e a impotência.

Eu e a solidão.

Eu e a dor.

Eu e a morte.

A morte e eu.

Só eu.

Porque o precipício para a qual eu deveria estar caminhando não existe mais, estar vivo é punição melhor.

Gritos, revoltas, loucuras, grito, dor, loucura, solidão.

A fase de desespero é a última sobriedade (ou deveria ser), mas aqui neste mundo cintilante, apitante, sufocante; a sobriedade não te abandona, ela é a sua mais insensata loucura.

Eternamente louco, constantemente sóbrio.