Para não passar em branco
Faz tempo que não escrevo. Até tenho me dedicado aos meus artigos científicos para os congressos e periódicos. Mas não é a estes textos que me refiro. Faz tempo que não me vem inspiração para escrever. Tenho estado muito ocupado. Com muitas coisas na cabeça.
Será que são meus ouvidos conscientes que não estão conseguindo captar os textos que me ocorrem lá no fundo? Bastante provável. Quando nossa cabeça fica povoada demais com preocupações, os ouvidos da arte não funcionam direito. Para conseguir ouvir a voz do meu coração, é preciso de silêncio e solidão.
Falando em solidão, a maioria dos comentários que tenho recebido dos meus amigos sobre o meu livro “Amálgama” é que ele é triste e marcado pela solidão. Fazer o que... Admito. Pelo menos sou sincero. Como escrevi no próprio livro: “Nenhuma palavra pode ser mais profunda do que aquela que surge de uma grande dor da alma. A dor mora na intimidade da vida. Ninguém sofre porque quer nem sofre sem querer.”
Com ou sem dor, continuo lutando. A cada dia. Sendo ou não visto, continuo me esforçando. O melhor que posso. Continuo fiel a mim mesmo e às minhas convicções. O caminho a ser desbravado é longo e espinhoso. Mas continuo dando um passo de cada vez.
Li recentemente o que o meu mestre Ikeda escreveu: “Quando escalamos as montanhas da vida com persistência e perseverança, a vitória estará nos aguardando. Vamos avançar com fé pela saúde, com ação pela felicidade e com coragem pela eterna vitória!” (TC, março/2011).
Um abraço.
(Catalão, 14/04/2011)