Sucesso em Minhas Veias

Dogmas ascendem e a escuridão palpita

Recitam algo que minha alma não pode ouvir

De vez em quando, guardo os pães sob a capa

E não acho nada;

E não se racha em nada.

Se eu soubesse da vida um tomo

Teria botado tudo em pratos rasos; e os transbordos

Haveria eu de aspirá-los com toda morbidez e gana do espírito.

Outras vezes, tive minha voz tolhida por nuvens

Esparsas, e, de tão escassas rezavam na abundância das suas marinas

Memória, de glória... Intempestivas canções de páginas e afetos.

Tenho em prol da noite, sob o quepe, em meio ao leme

Três talhos de servidão ao mar; meio ímpar de se dar e se deixar levar.

Estou no apocalipse e nem me dei conta do que trançou o ourives em sua teia Para nos deliciar, num manto extremo e num interlúdio dum frontispício de amor.

Seguiremos coerentes nesta dor em que o tórax (fórceps de humanidade ausente)

Tornar-se-á trompetes e cítaras

Rufos freqüentes, hienas e entes inequívocos de solo, sangue e cordão.

Nascemos então, nós

Eu, mais ainda, a protelar, a perolar e a obliterar

E um tanto menos a encontrar.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 13/11/2006
Reeditado em 06/12/2006
Código do texto: T290188
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