Matinal

Você há-de ver o meu nome,

Por sobre as notícias na tv, no rádio, nos jornais...

Que hão de quedar os teus olhos ao amanhecer,

E há-de se inquietar pela cozinha,

Até voltar ao quarto, E lá, há-de se deitar,

Por sobre a cama, a volver fotos, compulsar cartas,

E hás-de me encontrar na fresta de tuas lembranças

Que hão de trazer o meu rosto, o meu beijo, o meu toque,

Os dias em que descansaste em meu peito.

Mas eu, eu não serei mais que uma lembrança amuada,

Mórbida, que como vento matinal sopra,

somente para que venha o sol...

E assim, em sua inércia há-de viver,

E tudo será como antes,

Fotos, cartas, poemas...

Serão as únicas testemunhas do amor que nasceu,

Pouco antes de tornar ao nada,

Efêmero...

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 10/04/2011
Reeditado em 11/01/2012
Código do texto: T2900623