Matinal
Você há-de ver o meu nome,
Por sobre as notícias na tv, no rádio, nos jornais...
Que hão de quedar os teus olhos ao amanhecer,
E há-de se inquietar pela cozinha,
Até voltar ao quarto, E lá, há-de se deitar,
Por sobre a cama, a volver fotos, compulsar cartas,
E hás-de me encontrar na fresta de tuas lembranças
Que hão de trazer o meu rosto, o meu beijo, o meu toque,
Os dias em que descansaste em meu peito.
Mas eu, eu não serei mais que uma lembrança amuada,
Mórbida, que como vento matinal sopra,
somente para que venha o sol...
E assim, em sua inércia há-de viver,
E tudo será como antes,
Fotos, cartas, poemas...
Serão as únicas testemunhas do amor que nasceu,
Pouco antes de tornar ao nada,
Efêmero...