O NOVELO E A NOVELA
À minha querida amiga, Márcia Barcelos, com carinho.
Nas mãos alguns novelos de lã acinzentada
Na cabeça uma idéia...
Transformar algo inútil, sem valor
Numa bela peça: Quente e aconchegante...
Disposição não lhe faltava
Criatividade? sobrava...
Sua habilidade para trabalhos manuais
Era algo já notado e comentado..
E a rapidez com que tecia, bordava...
A delicadeza com tudo o que tocava...
Amava trabalhos manuais..
Era realmente feliz quando estava assim:
As horas passavam céleres...
As peças ficavam belas..
Terminava agora uma manta
Vermelha preta e branca..
Estava quase pronta
Começava então a acinzentada..
Iria mesclar um pouco de cor
À aquela quase ausência de colorido
Talvez um rosa, ou alaranjado...
Uma cor que combinasse, quem sabe goiaba..
Adorava aproveitar os materiais
Re/ formar...for/ matar
Escrito assim como a sua amiga querida
Gostava de escrever...para dar ênfase..
Sabia que na natureza tudo poderia
Ser trans/formado...feito novamente
A partir de algo que parecia inútil..
Com um pouco de talento e criatividade..
E ela sabia que seria possível
Tirar das cinzas daquele novelo
Uma peça bela, útil, nobre...
Bastava apenas?
Querer!
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Há um conto com um título parecido com este:
"Novelo, novela" de Sonia Machiavelli Corrêa Neves,
em seu livro: "Estações".
A personagem do conto tem o nome de "Das Dores".
Sônia é diretora do Jornal Comércio da Franca e
me incentivou muito quando comecei a escrever.
Deixo aqui à ela meu sincero abraço.