não saber se ater à superfície.
Ultrapassar a margem lábio.
Mergulhar.
Pedra rompendo pele calma das águas
(( disse UM AMIGO POETA  )))
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MERGULHANDO ...

ferindo a calma  , com a faca cortante do dizer afiado do instante...
deslize de um pensamento em fio ..linha fina ... 
fio que se desenrola , mas nunca o bastante ...
novelo constante ...
que agarra , embola , na memória de um querer qualquer 
nem precisa da melhor hora ...toda hora é hora ...
toda sensação é  de agora ...
todo impulso tem a mola da poesia que salta ...saltita... assalta ... agita ..acalma ... liberta ... desperta ...

é mergulho num lago até então em  paz 
que em paisagem falava baixinho ...caladinho no seu sossego de água límpida ...
e a palavra se joga atrevida , petulante , desgarrada ...insinuante ...
e as águas que embelezavam paradas ...se misturam , tremulam , derramam ... 
assanham em ondas as margens distantes ...intocadas ... imaculadas ....

o que se guardava no fundo ...vem à tona num mergulho inverso ...
é verso que ninguém imaginava 
é areia turvando a cachoeira...  
é tormento querendo ser momento ...
é serpente bebendo de seu próprio veneno pra saber se a dor é suportável ... respeitável ..questionável ...
é o anzol na ponta da linha invisível ... 
é o indivisível jeito de responder o que ninguém sequer perguntou ...
é o jeito de ser ,com que DEus nos presenteou  ...abençou ...

                                                       (( MELLMELLO))  




MELL MELLO
Enviado por MELL MELLO em 10/04/2011
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