Os brinquedos jazem abondonados
Porque as crianças jamais irão voltar
Deitadas no chão não estão dormindo
Manchadas de sangue as folhas do caderno
As páginas dos livros, os lápis e as canetas
A mochila onde levariam sonhos de um futuro
Que achou de ir só até aquele dia, o derradeiro
O que seriam de todas elas se não fosse o que foi?
Estranhos brinquedos para uma outra criança
Armas de verdade carregadas de balas de verdade
Tantas que tanto aprenderam a brincar com isso
Num panteão nefasto um deus negro sorri vermelho
E se banha e sacia do sangue em vão derramado
O vazio de um desamor se preenche de terror
A mente engana e tece preces de ódio tamanho
Num banho de sangue as nossas almas tremem
Medo e tristeza e a incerteza do que fizemos
Ou do que não fazemos nenhum dia de nossas vidas
Algum deles diria numa redação com letra caprichada
“Eu quero um mundo de paz para todos os povos”
Um outro traria um desenho colorido com esmero
Onde pintou um mundo dentro de um coração
E uma paisagem, que crianças adoram paisagens
Uma casa, uma árvore, céu, nuvens, montanhas
E nunca adivinhou que um mar fosse ser de sangue
Os brinquedos não brincarão nunca sozinhos
Ficaram deitados no chão em profundo silêncio
Temendo que todos os brinquedos tenham morrido
E as crianças nunca mais voltarão e nem brincarão
A infância é que morreu e ninguém ao menos viu
Que as crianças não sabem mais brincar (não podem)
Num panteão nefasto um deus horrendo
Ainda se alimenta de infâncias perdidas
E os brinquedos lamentam terem perdido as crianças...
A chacina na escola no Realengo é só uma face da morte da infância, há ainda as aliciadas pelo tráfico, as abandonadas pelos pais e pelos serviços públicos, as nossas crianças que tem como babá a tv e a internet e como companhia constante a falta de atenção e carinho. Estamos muito ocupados para esperar a infância passar no devido tempo. Temos pressa e a pressa tira a infância das crianças para que elas cresçam logo. Estamos ocupados e temos pressa para a miséria da vida passar no mais curto intervalo de tempo.
Porque as crianças jamais irão voltar
Deitadas no chão não estão dormindo
Manchadas de sangue as folhas do caderno
As páginas dos livros, os lápis e as canetas
A mochila onde levariam sonhos de um futuro
Que achou de ir só até aquele dia, o derradeiro
O que seriam de todas elas se não fosse o que foi?
Estranhos brinquedos para uma outra criança
Armas de verdade carregadas de balas de verdade
Tantas que tanto aprenderam a brincar com isso
Num panteão nefasto um deus negro sorri vermelho
E se banha e sacia do sangue em vão derramado
O vazio de um desamor se preenche de terror
A mente engana e tece preces de ódio tamanho
Num banho de sangue as nossas almas tremem
Medo e tristeza e a incerteza do que fizemos
Ou do que não fazemos nenhum dia de nossas vidas
Algum deles diria numa redação com letra caprichada
“Eu quero um mundo de paz para todos os povos”
Um outro traria um desenho colorido com esmero
Onde pintou um mundo dentro de um coração
E uma paisagem, que crianças adoram paisagens
Uma casa, uma árvore, céu, nuvens, montanhas
E nunca adivinhou que um mar fosse ser de sangue
Os brinquedos não brincarão nunca sozinhos
Ficaram deitados no chão em profundo silêncio
Temendo que todos os brinquedos tenham morrido
E as crianças nunca mais voltarão e nem brincarão
A infância é que morreu e ninguém ao menos viu
Que as crianças não sabem mais brincar (não podem)
Num panteão nefasto um deus horrendo
Ainda se alimenta de infâncias perdidas
E os brinquedos lamentam terem perdido as crianças...
A chacina na escola no Realengo é só uma face da morte da infância, há ainda as aliciadas pelo tráfico, as abandonadas pelos pais e pelos serviços públicos, as nossas crianças que tem como babá a tv e a internet e como companhia constante a falta de atenção e carinho. Estamos muito ocupados para esperar a infância passar no devido tempo. Temos pressa e a pressa tira a infância das crianças para que elas cresçam logo. Estamos ocupados e temos pressa para a miséria da vida passar no mais curto intervalo de tempo.