A rainha interina
A rainha, que era dona da coroa
Olhava sempre para o horizonte
Não olhava para o céu a toa
Misturava-se com os seus súditos
Olhando sempre olhos nos olhos
Conhecia de cada um o recôndito
Amada como se fosse também cortesã
Ensinava a todos por onde pisava
E caminhavam como caminha um clã
Fez-se vago então aquele trono
Alarmando a todos do reino
Quem seria do assento o novo dono?
Quem partiu não deixou as medidas
De quem seria o sucessor
a oportunista, se fez a melhor sucedida
não importa a ela se a cadeira é alheia
se acomodou soberana no lugar
e tramou autocrática a sua teia
Meus subordinados súditos obedeçam
À sua onipotente e adorável rainha
Não transformem o reino em uma rinha
Sabia que não poderia ocupar todo o trono
com sede insana, sentou-se num louco afã
Apropriado seria, se o trono fosse um divã
Em cabeça pequena não serve o poder
não queira honras de primeiras dama,
se para dama de honra nascer