A rainha interina

A rainha, que era dona da coroa

Olhava sempre para o horizonte

Não olhava para o céu a toa

Misturava-se com os seus súditos

Olhando sempre olhos nos olhos

Conhecia de cada um o recôndito

Amada como se fosse também cortesã

Ensinava a todos por onde pisava

E caminhavam como caminha um clã

Fez-se vago então aquele trono

Alarmando a todos do reino

Quem seria do assento o novo dono?

Quem partiu não deixou as medidas

De quem seria o sucessor

a oportunista, se fez a melhor sucedida

não importa a ela se a cadeira é alheia

se acomodou soberana no lugar

e tramou autocrática a sua teia

Meus subordinados súditos obedeçam

À sua onipotente e adorável rainha

Não transformem o reino em uma rinha

Sabia que não poderia ocupar todo o trono

com sede insana, sentou-se num louco afã

Apropriado seria, se o trono fosse um divã

Em cabeça pequena não serve o poder

não queira honras de primeiras dama,

se para dama de honra nascer

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/04/2011
Reeditado em 09/04/2011
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