Viver é divagar como uma folha à deriva
num rio de margens pressentidas

quando menina ficava horas
olhando o fluir infinito das águas
nada sabendo da nascente nem da foz

tão só colocava nelas meus frágeis barcos
fiada na habilidade dos meus dedos
para lhes traçar o rumo e os reaver ilesos

prossigo fiada no puro instinto
que nos fez persistir reagindo
e nos salvará por mais esta vez,

até nos fundirmos no Imenso.