Noites
Quantas noites em vigília
Quantas vozes em surdina
Nenhum escoadouro para a dor.
(Rendas bordadas
Enfeitando as colombinas
Que aguardam os pierrôs)
O silêncio traz o mote
Para os poetas insones
Que desvendam o amor.
(Flores vivas, perfumadas,
Que passam a madrugada
À espera de um beija-flor).
E a noite, como fada,
Lança a magia nas letras
E faz-se, então, o esplendor.
(Colombinas e Pierrôs
Encontram-se para beber
O cálice do infinito amor).