Consta na Ata
INTRUDUÇÃO A PROSA-POÉTICA
Não faz tempo que participei de uma reunião que visava solucionar um conflito entre acadêmicos de uma determinada instituição de ensino superior e alguns professores. Após várias reclamações (inclusive escrita e com abaixo assinado) dos alunos sobre a conduta de algumas professoras daquela instituição, finalmente esta resolver se reunir e descobrir o que de fato era “verdade” naqueles fatos relatados pelos alunos.
Porém a instituição, na pessoa do seu diretor executivo, monopolizou a reunião e colocou os seus funcionários para registrar uma ata com os acontecimentos e declarações da reunião. Até aí tudo bem.
Porém, eu percebi que as redatoras da ata só registravam os fatos que cabia de maneira favorável a instituição; só registravam a “verdade” que interessava a instituição... Levantei-me e impugnei tal fato, falei ao diretor da atitude ilegal e autoritária daquela instituição, isso não adiantou: a ata, centro dos meus olhos naquele momento, continuou a ser monopolizada, e eu protestei solitariamente: FAZ CONSTAR NA ATA, FAZ CONSTAR NA ATA...
Eis minhas palavras ao diretor e sua instituição monocrática. Que vergonha, diretor!
CONSTA NA ATA
Ó agoureiro infeliz, tu agouras na ata o que ninguém diz...
Mas vai...Vai em frente, querubim caído, proclama a verdade da tua mentira, o acerto o teu erro, canta e dança a falsidade, pierro.
Tu destes a caneta do medo aos teus capachos, vendidos a tua linhagem por miseros trocados, sendo assim, a tua verdade também é comprada...
Tu te formastes na academia da tolice: aprendestes a sorrir, a vestir, a andar, a fingir...E como finges bem! Mereces o oscar do populismo. Abismo.
Mas agora, nem que seja por um segundo, dai-me a palavra pra que eu fale qualquer coisa nesta reunião dos teus delírios, deixe-me falar nem que seja de batatas, mas faz constar na ata, faz! Faz Constar na ata... Viu? Não farás constar na ata a minha palavra beata e verdadeira: que ata traiçoeira!...
Mas, enfim...Concluo que o teu colegiado [embora tu nem saibas o significado desta palavra] poderia também se chamar coleodiado, pois não passa deu um ato ignorante: o teu ato de palavras selecionar...Não me iludirei, mas quero que o que eu sei, tu faças na tua constar.
PROFANO
06/O4/2011