[O Sono das Coisas - Versão da Madrugada]

[Versão da madrugada -

Ah, as Ladeiras de Minas...

eu e nas coisas: brota o tempo]

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Estas rosas brancas, este jardim

desprovido de olhos na noite,

esta luz fraca, esses latidos para a lua,

estas pedras frias, orvalhadas,

estes altos portões de ferro...

E a casa, branca, branca, ao longe,

envolta nas sombras de árvores anosas.

Aonde foram os sonhos ambiciosos

que construíram este casarão silencioso?

Vozes para sempre silenciadas,

agora falam nas telhas escurecidas,

e na taipa das paredes descascadas;

olhos antigos, olhos de tempos idos,

mistérios vertidos de portas e janelas azuis,

cerradas a modo de olhos fechados

que parecem dormir um sono de décadas!

[Não digo o nome:

rua-mãe,

rua dos sonhos,

rua parideira de mundos,

que passa rente à igreja Matriz

da minha Cidade Perfeita

— Ah, para sempre, Minas... o mundo, tudo!]

[Penas do Desterro, dia perdido de 1999]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 06/04/2011
Reeditado em 06/04/2011
Código do texto: T2892981
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