GUARDIÃ

Havia uma pedra na beira do mar

E testemunhava, dia após dia, o sobe e desce das marés

Foi testemunha nos dias quentes e noites de lua

Dos corpos que se amaram, peles que se buscavam, lábios que se entregavam... e moldavam-se, até o encaixe perfeito...

Havia uma pedra

E os gemidos ecoavam em suas fendas profundas, entrecortados por suspiros roucos, eram promessas que diziam com voz lânguida e febril...

Intacta, ela assistia a tudo e sua aspereza recebia chicotadas em noites de fúria, açoites das águas profundas, da imponência do mar, que cansado recolhe-se e deixa no ar apenas o cheiro salgado da maresia...

Sua exuberância é algo majestoso , fiel guardiã dos sonhos dos amantes... Tem sobre si um manto de castidade , tênue veludo que recobre seu riso e disfarça o rubor da face etérea...

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 04/04/2011
Reeditado em 02/08/2011
Código do texto: T2889348
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.