TEJO
Entre as margens do Tejo, sou rio magenta no horizonte adormecido... Sou a prova do vinho no dia de São Martinho, os tantos portos esquecidos além oceano, as tantas estações que atravessam o destino... Sou o tempo e o continente, o cais e o curso, a margem e a margem... Sou rio que deságua, alaga e chora, sou rio que adormece com o acalento dos tardios movimentos do sol de outono, sou rio que evapora com a suave brisa dos ancoradouros... Sou o passo e a terra, o renascer na avenida entranhada nos portais iluminados, o sangrar dos caminhos que ainda sussurram os sonhos, o cicatrizar da percepção com uma nova memória...