Morte

Morte

Vinde a mim, inevitável morte.

Espero-a com as mãos nos bolsos e de olhos bem abertos, rindo.

Conversaremos como amigos no caminho de volta.

Pois não a temo, apenas respeito.

Ao voltar, explique-me como é o mundo do outro lado.

Explique-me também porque tem uma face diferente para cada um de nós.

Vinde a mim, ponto final na minha história.

Mostra-me porque se entrega tão facilmente na mão dos homens, que mediocremente te fazem uso sem pedir licença.

E porque às vezes se mostra tão contrária, ao nos tirar os bem-feitores, deixando os de brutas máscaras para ilustrar os mais baixos valores da sociedade.

Ensina-nos a não sofrer, quando sem aviso, lança longe os que amamos.

Que na gélida cor de uma pele sem nenhuma vida, nos mostre apenas um caloroso exemplo de como aproveitar bem o tempo que temos aqui, a cada minuto, a cada segundo que nos foi dado, como presente.

Abaixa o manto e se mostre bela, diferentemente de como a vemos envolta em trevas. Apenas porque você é a outra parte da vida, sem culpa disso.

Vinde a mim, infalível guerreira.

Mas venha na hora certa, sem pressa, pois adoro te namorar do lado de cá.

Na minha viva vida.

outubro 2005

Duke Webwriter
Enviado por Duke Webwriter em 11/11/2006
Reeditado em 09/02/2012
Código do texto: T288522
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