Estrada Noturna

R e p u b l i c a ç ã o

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Nota: Essa também é uma das minhas dez preferidas, dentre todas que já escrevi. Ela foi publicada aqui, na minha escrivaninha, no dia 8 de fevereiro deste ano e, provavelmente por ser uma das primeiras, teve somente 9 comentários.

Com a mesma justificativa dada na republicação de *Para Antoine Lavoisier*, gostaria de mais uma vez repartir essa ESTRADA NOTURNA com aqueles que me lêem.

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Em noites de breu,

Quando as nuvens baixas

Abaixo da lua, das estrelas,

Tornam o negrume medonho,

As estradas parecem sem fim

E sem curvas.

É isto que percebemos,

Somente uma reta,

(No plano cartesiano)

Equação de primeiro grau:

ax+bx+c=0.

E o silêncio?

Denso, repleto de freqüências

Que nos fazem sentir,

Desconfiados, os sons

Irrompidos de nós mesmos,

Não da matéria, muda,

Mas do extra-físico,

Pura energia,

Reverberada na negridão

Da noite alta.

O vôo do bacurau

Na faina noturna da caça

Ou o pio agudo

Da coruja-branca

(a rasga-mortalha),

Que na torre escura

Se fere ou se acasala,

Nos deixam pálidos

Na noite negra,

De longas retas

E silêncio profundo.

Luiz Vila Flor

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Luiz Vila Flor
Enviado por Luiz Vila Flor em 02/04/2011
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