Tua Insensibilidade – Meu Pesar

Quando tu me olhas tenho a sensação de estar incendiando dentro de um cubo de gelo. É como se eu estivesse gritando desesperadamente onde todos a minha volta são surdos. É como me preparar para um espetáculo em que minha única platéia é o espelho...

O que será que estranhamente me aflige desse jeito sempre que este teu par de pérolas misteriosas me olham? O que será que me transtorna e me faz baixar a guarda sempre que ouso te encarar? Minha postura, meu controle, meu domínio de mim mesma se perdem totalmente... Não sei onde minha “sanidade lúcida” vai parar quando cruzas meu caminho...

Por que tu não esqueces esse ar eminente que carrega em todas as palavras – especialmente nas palavras que não pronuncias? Por que não se permite sorrir? Sorrir para mim, para os outros, para ti mesmo? A vida é tão fascinante para que percas teu tempo tentando contestar tudo e a todos. Ao em vez disso, por que não descobres como um único ponto pode ser visto de inúmeras formas diferentes, sem que essas formas se anulem, sem que uma apenas seja correta? Somos tão pequenos para tentar adaptar o mundo ao nosso mundinho...

Eu não sofro mais – o que me deixa extremamente orgulhosa de mim mesma. Porém, te ver e te ter – ou não ter – assim, me faz sentir um incômodo pesar por tudo que poderíamos compartilhar, aprender e descobrir juntos e não o fizemos somente pela tua falta de “tamanho”, pelo teu medo encoberto por orgulho, pela tua insensibilidade...

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 01/04/2011
Código do texto: T2884293
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