Espinhos...

Da minha boca, saiu bem mais que beijos em seus olhos...

Saíram palavras que me deixaram à seus pés;

Versos pra você, declarações para mim.

Dos seus lábios nasceram sorrisos e de você desdém;

Do seu olhar um desprezo tamanho, que quebrou meus ossos.

Dos meus, molhados pela ilusão, um sim;

Depois de tanto tempo, de tanta estrada e voltas que nela dei, contas fiz e não cheguei ao longo caminho que em seu corpo percorri.

De amor à ódio, cheguei em instantes:

Te amo por tanto e te odeio por pouco; te amo por ter me dado a experiência única do êxtase, te odeio pela degustação tão breve e tão doce; te amo por ser livre; te odeio por ter-me escravizado; te amo pelo sonho; te odeio pelo despertar!

Coisas assim, deixam a vida mais negra por dentro e colorida por fora; E ao voltar do meu devaneio, entre as rosas vermelhas do jardim, vi você passar, depois de tanto tempo... não sei ao certo o que era mais bonito! Foi então, que entendi seu legado:

Você veio pra fazer justamente isso com meu mundo, antes eu era daltônico... hoje conheço a escuridão da solidão e todas as cores de um pôr-do-sol, hoje pela primeira vez fiquei indeciso entre você e uma rosa, as duas têm espinhos, mas a rosa machuca apenas minhas mãos...

Pernambucano arretado
Enviado por Pernambucano arretado em 31/03/2011
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T2882272