Pó da Estrada
Percebo a irmandade humana
Ela é perdida, somos fugazes animais
Sem razão e por vezes quase sem direção
Somos o pó da estrada eterna, o vento sopra
Voamos aos quatro ventos, esparramados e jogados
Um tanto de pó vem ao solo fértil e flores germinam
Outros se tornam alimento dos seres viventes, sustentáculos de vida
Sem partida, apenas o sopro do vento leva o pó, longe, a outros cantos
Uns vão à origem, ao mar, outros passam tempos suspensos ao ar
Empoeiram móveis desta sala e de casa, roupas, narizes e chão
O pó é levado sem pressa, somos o pó da estrada, em sua utilidade
Somos o pó da estrada em nossa inércia, mas esta é uma prosa de outro tempo
Precisamos do vento e do mar, precisamos ser solo para assim bem germinar.
Lord Brainron