Sem você

A terra nos diz que não aguenta mais.

Terremotos, tsunamis, enchentes, mortes mil.

Olho a TV e penso em você.

Meu carro quebra perto de um rio que enche rapidamente, num dia de chuva. Mêdo, receio. Mêdo da morte. Penso em você. Por que?

Mêdo da minha, da nossa morte, e essa certeza que não a terei nos meus braços, selando os seus lábios com os meus, sentindo sua lingua macia, sua saliva, seu toque suave no meu pescoço.

Mêdo de não possui-la, na cama, na lama, na praia, no mato ou mesmo no elevador.

Mêdo de não cometer as devidas loucuras de amor, com você!

Mêdo de não ter chances de lhe enviar um bouquet de rosas vermelhas, quando me der na telha.

Mêdo de não mais sonhar e acordar com seu beijo, sussurrando aos meus ouvidos: "você conseguiu", retribuindo sofregamente um beijo meu, quase me sufocando com sua lingua voluptuosa. Sonhos.

Mêdo de não poder tomar mais um chopp com você. Um café da manhã.

Mêdo de não mais poder fazê-la rir.

Mêdo de perder esse seu olhar, esse seu sorriso, essa alegria quase infantil, que tanto adoro!

Mêdo de te perder, pois perdido já estou. Em você.