Perdão
Num ímpeto foi envolvida
Com força abraçada
Medo em seus olhos
Esquivava como quisesse perdão
Que culpa tinha?
Nas lagrimas umedecida
Corria na pele negra
Veraz e animal
Apalpava as nadegas
Sentava-a ao corpo
Desejado o corpo
Com as pernas forçadamente abertas
Sentia o demoníaco desejo querer violar
Um pecado perdoado pelo deus papal
Chupava as tetas gordas
Olhos que olhavam com torpor
Na dor gemida
Ele a violentava
Mordia, apertava, lambia
E ela se questionava
Por que abandonaste?
Por que não perdoa essas peles?
Que feridas pelo sol e essas mãos calejadas
E as costas surradas
São violentamente torturadas
Pelo deus
Deus do branco
Que pornograficamente incitam esses diabos
A submeter à vergonha e quem se ergue
Logo tomba e na face que sangra
Podridão exala no chão
Solo embebe litros líquidos vermelho
Como podem ser vermelhos os sangues brancos?
Por que semelhança há entre nós?
Que anátema somos para o próprio deus
E pelas palavras dessa negra que escoa e sente dor, e sente pena de si,
E sente o corpo desfalecer e antes que morra põem no inculto resmar
Por quê? Deus de cor negra não quer perdoar por quê?
Tragar um a um à cada dia com seus diabos brancos
Perdoe nos deus negro perdoe.