No aeroporto de Oporto
Ao fundo um neon verde me informa “Aeroporto Mário de Sá Carneiro"
Adentro por entre céleres portas intransigentes;
Sob mim se descortina um imenso edifício de quatro vãos;
Enquanto lá fora um metrô desliza pela madrugada baforenta;
subia e descia pelas escadas rolantes, e máquinas de raio x;
Via beijos de despedida, cigarros, gestos falhos;
Casais iam e vinham em frenesi a quatro mãos;
A estrutura de aço tubular parecia me tolher;
Ali perambulavam destinos;
Uma mulher desconcertada passava um pito no marido;
Todos numa encruzilhada rumo a destinos;
Silhuetas a arrastar bagagens em desatino;
Ao fundo ouvia-se o silvo ensurdecedor das turbinas a penetrar os tímpanos;
No saguão a solidão, seres em compasso de espera;
Rostos rotos, cansados com cara de espanto;
Em vigília!
A aguardar a hora da partida;
Acolhidos pela estrutura reluzente;
Africanos, europeus, americanos e asiáticos;
Enquanto um velho bigodudo alisa os vitrais sem nada perceber a não ser o ser que é naquele momento;
O espólio da noite se desvanece no orvalho que desliza tranquilo na janela de vidro;
Entro e saio, noite, adentro;
Ansioso para fumar meu último cigarro antes da partida;
Sinto-me engolido pela estrutura;
Absorto em pensamentos;
Entre aço e paredes de cimento;
O coração pulsa sob o concreto;
Ao fundo um neon verde me informa “Aeroporto Mário de Sá Carneiro"
Adentro por entre céleres portas intransigentes;
Sob mim se descortina um imenso edifício de quatro vãos;
Enquanto lá fora um metrô desliza pela madrugada baforenta;
subia e descia pelas escadas rolantes, e máquinas de raio x;
Via beijos de despedida, cigarros, gestos falhos;
Casais iam e vinham em frenesi a quatro mãos;
A estrutura de aço tubular parecia me tolher;
Ali perambulavam destinos;
Uma mulher desconcertada passava um pito no marido;
Todos numa encruzilhada rumo a destinos;
Silhuetas a arrastar bagagens em desatino;
Ao fundo ouvia-se o silvo ensurdecedor das turbinas a penetrar os tímpanos;
No saguão a solidão, seres em compasso de espera;
Rostos rotos, cansados com cara de espanto;
Em vigília!
A aguardar a hora da partida;
Acolhidos pela estrutura reluzente;
Africanos, europeus, americanos e asiáticos;
Enquanto um velho bigodudo alisa os vitrais sem nada perceber a não ser o ser que é naquele momento;
O espólio da noite se desvanece no orvalho que desliza tranquilo na janela de vidro;
Entro e saio, noite, adentro;
Ansioso para fumar meu último cigarro antes da partida;
Sinto-me engolido pela estrutura;
Absorto em pensamentos;
Entre aço e paredes de cimento;
O coração pulsa sob o concreto;