DESENCONTRO

     Abro a casa. Ela está vazia e pobre. Não existem olhares agraciados com ternura nem as crianças sorriem para mim. Percorro o corredor que aos meus olhos se parece maior do que é. Meus passos são lentos e não alcançam o altar onde santos esculpidos em madeira parecem sentir pena de mim. Sigo apressada para um outro cômodo com a esperança de encontrá-lo, de vê-lo por um instante, de lhe dar um bom dia. Não o encontro, não o vejo. Há bastante tempo sumiu de casa, deixando-a carente de sua figura alegre e extrovertida.
      Subo as escadas apressadamente com a esperança de encontrá-lo. Em vão! Já não sei mais aonde ir. A casa está bastante silenciosa e já me causa medo. Tenho vontade de gritar e fazer com que minha voz produza ecos naquele espaço que outrora fora de felicidade. Nada fiz...Nada aconteceu...A casa está vazia,e eu perplexa por ter sentido que o fim chegara para os meus sonhos
Vilma Tavares
Enviado por Vilma Tavares em 26/03/2011
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