Sonho de um mundo

Enquanto olhava atravez da janela

os edifícios e as luzes tremeluzentes

de carros que correm no vai-e-vem da vida,

parei num canto obscuro

e ali começei um mundo.

Pela manhã o sol acordava

atras dos montes sujos de névoa espaça.

Um galo cortava o silêncio matinal

e as plantas choravam orvalhos

de uma noite que passou.

No meu quarto, a janela me levava as serras,

abria espaço para o perfume das rosas

qeu se misturava com o cheiro de pão quente

e de café batido no pilão do dia anterior.

Logo que acordava me dirigia o labor,

as crianças iam estudar

e, quando voltassem, ficariam ansiosas

esperando uma figura pálida e enpoeirada

riscar o horizonte. E então gritavam: "Papai!"

O sol andava vagarosi pelo céu azul-anil,

ora vívido, ora bloqueado pelas nuvens que passeavam

e acompanhavam a dança dos passaras a cortar o céu.

Queimaria em cima da cabeça e logo esfriaria

perdido no horizonte.

À tarde, o lago atrás de casa

refletia o sol poente que excitava a vinda da lua

sob o céu azul-crepúsculo, antes vermelho-alaranjado.

Então eu me despedia do brilho ameno das estelas

e dormia tranquilo até que...

uma nuvem de gases me envolveu

e se dissipou levando consigo meu mundo.

Daí eu percebi que esse mundo ja existia,

ou já existiu.

Que o sol surgi atrás dos prédios

envoltos em fumaça preta.

Que os vidros dos carros suam o orvalho

e que não há mais café da manhã.

Que meus filhos me esperam ansiosos o computador

e que estão muito distraidos para dar um "oi".

Que o sol corre sobre o séu acinzentado

e que os pássaros se scondem da civilização.

Que o rio tá tão opaco de descuido

que não reflete mais a liz do sol-poente.

E esse fica tão esuqecido que se vai acanhado

com as luzes incandescentes e frívolas.

E eu durmo deixando as estrelas a se apagar.

leo batista
Enviado por leo batista em 26/03/2011
Reeditado em 27/03/2011
Código do texto: T2871631
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