Feito uma Manhã de Sábado
Você entrou em minha alma como a manhã penetra docemente em um sábado de sol.
O silêncio de suas palavras tornaram-se música invadindo cada recôndito do indecifrável que estava em minhas células.
E o perdido olhar no infinito já sem horizonte, pode enfim entornar-se de cachoeiras, rios, nuvens douradas e pontes. Principalmente em pontes. Ladeiras e côndores em vôo azul pelo infinito.
Sem demora desabrocharam-se as flores. Ganhou vida a velha figueira, onde por vezes, o via imaginativamente recostado e de olhos fechados enquanto seu espirito voava para longe. Indo até onde ela, " a sua então amada", se achava.
Vi cada um de seus passos lentos de final de tarde continuarem, sempre até o crepúsculo emergir, confundindo assim, a visão da tarde se esvaindo lenta.
(...) repentinamente o breu toma o azul e, no entanto, o olhar continua grafado nas retinas como um ponto fixo que não se altera e não se alterna, apesar da labuta do dia a dia.
Do outro lado, ainda os mesmos barcos, as mesmas cores, a mesma ventania e a cabana pequenina de janelas esvoaçantes, onde a amada dorme semi nua e sonha com flores, enquanto ele pisa, descalço, a areia.
Vale lembrar que já é outono novamente.
O tempo passa rápido demais.
***imagens google***