Feito uma Manhã de Sábado

 
 
          Você entrou em minha alma como a manhã penetra docemente em um sábado de sol. 
          O silêncio de suas palavras tornaram-se música invadindo cada recôndito do indecifrável que estava em minhas células.
          E o perdido olhar no infinito já sem horizonte, pode enfim entornar-se de cachoeiras, rios, nuvens douradas e pontes. Principalmente em pontes. Ladeiras e côndores em vôo azul pelo infinito.
          Sem demora desabrocharam-se as flores. Ganhou vida a velha figueira, onde por vezes, o via imaginativamente recostado e de olhos fechados enquanto seu espirito voava para longe. Indo até onde ela, " a sua então amada", se achava.
          Vi cada um de seus passos lentos de final de tarde continuarem, sempre até o crepúsculo emergir, confundindo assim, a visão da tarde se esvaindo lenta. 
 
    (...) repentinamente o breu toma o azul e, no entanto, o olhar continua grafado nas retinas como um ponto fixo que não se altera e não se alterna, apesar da labuta do dia a dia.
 
          Do outro lado, ainda os mesmos barcos, as mesmas cores, a mesma ventania e a cabana pequenina de janelas esvoaçantes, onde a amada dorme semi nua e sonha com flores, enquanto ele pisa, descalço, a areia. 

          Vale lembrar que já é outono novamente. 
          O tempo passa rápido demais.




                      

                                         ***imagens google***



AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 26/03/2011
Reeditado em 23/03/2013
Código do texto: T2871092
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