AQUI, Ó, PRA "VOCEIS"
E a autoridade não mediu palavras
Desafiou a todos, embora só para um falasse
E sob ameaças garantiu o cacete.
Até quando?
É o povo ignorado que se cala
E nessa calença cede seu destino
E de geração em geração, a história se repetirá.
Até quando?
As ruas tomadas impuseram a saída do rei
E o povo cansado da humilhação outros povos fez
Das ruas e praças suas por direito, o palco da mudança
E o prometido cacete não amedrontou a massa senhora de si
E das pirâmides do rei apenas uma horrenda lembrança.
Até quando?
E eles que nunca imaginaram tamanha audácia
Deitaram por anos o cacete sobre o povo
E ao verem que suas ordens não freavam a multidão
Correram tão logo ignorados se viram.
E a autoridade de dedo em riste ameaçou
E como senhora da vida daquele trabalhador
Ignorou seus direitos e nem quis saber.
Até quando?
Chegará o dia que o povo saberá
E sem se iludir com promessas nunca cumpridas
Apontará seu dedo do meio e dirá
E aquele que não esperava tal ousadia, calado ficará
Porque burro que não é, sairá
E a vida mais bela será
E o cacete?
Apenas mais uma palavra.