DESTINO
Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
(Pablo Neruda)
Pegue meu lenço.
Enxugue essa lagrima.
Me de sua mão.
Vamos caminhar pelas alamedas entre os Ipês.
Daremos o primeiro passo juntos.
Não se sinta insegura, eu estarei ao seu lado.
Levante os olhos e observe as flores dos Ipês.
São lindas.
Amarelas, lilases, brancas, e vermelhas.
Quando o vento implacável as derruba.
Caídas ao chão não desistem de ser belas.
Formam lindos mosaicos sob nossos passos.
É a natureza que sempre nos acaricia, ensina e consola.
Ninguém nesse mundo, muito menos eu.
É merecedor de uma lagrima se quer por você derramada.
O seu coração é puro.
A sua alma nobre, integra.
Generosa.
Sempre disposta a compreender, a estender as mãos, e a perdoar.
Linda, inteligente, e ainda jovem.
Os caminhos estão abertos.
Siga em direção a luz.
Não se iluda.
Há amores predestinados.
Morrem antes de nascer.
O tempo passou e eu não percebi.
Foram anos e anos estéreis perdidos.
Que hoje fazem falta para nós dois.
Não a encontrei quando devia.
Destino.
Príncipes e princesas não existem.
Somos quase nada.
Humanos insignificantes.
Perdidos nesse universo sem fim e sem sentido.
Sem hora para despertar e adormecer.
Proponho mesmo que distantes.
Caminharmos juntos pelas alamedas.
Entre a beleza sublime das flores coloridas dos Ipês.