PEGADAS VERMELHAS

Luzes incandescentes que me queimam a pele e me atira ao solo desse deserto infernal onde, almas perdidas sob os estilhaços dos fogos de guerra que clareiam a noite sangrenta são, cruelmente, retiradas do corpo trêmulo, mórbido e jazido.

Oh, suor que escorre por sobre o meu rosto, exposto ao desgosto dos tiros cruzados dessa guerra banal!

- Teu sal queima de dor a minha alma!

Pedaços humanos jogados ao léu, por esse chão desolador que me assola os pés já inchados e impedidos de caminhar e que sangra o meu coração esfaqueado pela traição dos irmãos que se diziam ser.

Oh, homens mecanizados pela mente da destruição. Podres poderes que colocam como escudo a humilde população!

- Tão longe se vão os sonhos de paz!

Soldados armados de artificialidades; soldados fardados pela dor da crueldade, deixando corpos inocentes estirados nas areias desse deserto quente, doente e devastador. Saibam que os seus corações não consolam os projéteis que disparam e nem sua mira é mais eficaz, do que os olhos de Deus.

Identidade desumana que contradiz aos desígnios de Deus minando, sem piedade, os campos sombrios onde um dia, foram jardins aonde brincavam os entes seus.

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Giovanni Pelluzzi.

São João Del Rei, 23 de março de 2011.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 23/03/2011
Reeditado em 20/02/2014
Código do texto: T2866130
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