024 - O POEMA DE UM LOUCO...
Do alto da minha fronte de duas fontes secas escorre o meu olhar que estremecido percorre toda uma realidade desolada pela solidão, e ao sentir o que não mais existe, das sofridas e retorcidas do coração as cordas vertem lágrimas, é um seguir sem ir, é um ficar sem ficar, é estar presente, mas ausente, é um sofrer por perder o que de há muito já está perdido.
Das vezes falo alto comigo, das vezes gesticulo para o vento, das vezes o sorriso mascara a minha face, sou um palhaço de mim mesmo, faço graça da desgraça que tange a minha alma.
Dizem que sou louco porque amo loucamente e mais louco fico quando me dizem que ela vive a sorrir da minha loucura, doença de um só remédio e que nem sempre está ao nosso alcance, mas a esperança persiste e sublimemente ainda espero que ela volte pra mim.
Agora, louco mesmo é quem nunca amou e nem foi amado, este sim é o mais louco dos loucos é tão louco que nem se da por isto, traz consigo a mais louca das loucuras a cegar...