A Minúcia do Toque*

Brinca no arco do meu pé em leves insanos retoques, o dedo do teu toque, devasso dedo que sobe.
Circula meu calcanhar na curva... circunda e de tremor me acomete, de tesão me abunda.
É corajoso esse dedo que sobe sem segredo.... que tirita de frio e garimpa as minas de carvão da minha pele em busca, do meu calor, o incandescente fio.
Garatuja esse dedo a voltinha do meu joelho... busca matizes e nuances de um misterioso desejo.
Sobe, subindo... seguindo o percurso, a ante sala da minha aveludada coxa...louco por um beijo.
Enroscado percebe-se o dedo, nas redondices da minha coxa perfumada em violetas e solfejos. A língua molha a boca e antegoza o deleite... o estupor do gosto da coxa morna em relevo.
O dedo pede ajuda... e a mão se oferece esfomeada ao toque inteiro...espalmada escorrega e demarca...o território alvo e acetinado, a penugem que cobre meu receio.
Entregue, faminta e rendida, minha coxa pede tudo... e te enlaça ... quer o dedo, a mão, a boca... e autoritária, intima todos os elementos dessa dança gozosa e devassa.

Karinna*
Karinna
Enviado por Karinna em 22/03/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T2864802