Codinome MEDO
Depois de tanto lutar descobri que vivo bem com a solidão, que ela é minha amiga, me quer bem e jamais irá me trair ou decepcionar. Descobri também que não tenho talento para relacionamentos, pois o amor é uma plantinha que precisa ser regada todos os dias, mas se só você rega, não há como ela crescer.
E hoje sei que amar alguém pode ser doentio ou natural, depende de como você encara isso e das suas expectativas em relação ao amor e a outra pessoa. Aprendi acima de tudo que não se pode esperar demais das pessoas, nem achar que são perfeitas, pois por mais legais e boas que sejam elas podem te decepcionar e te fazer chorar. E a decepção dói, dói muito!
Em algum momento a fadiga se fez presente, e desisti. Simplesmente cansei de implorar por carinho e atenção, cansei de esperar fidelidade, lealdade e demonstrações de afeto. Aprendi a me amar acima de tudo, a me valorizar e a exercitar o que há de mais vital no homem: A auto-estima! Afinal, ninguém me trouxe tantos sorrisos até hoje, quanto minhas realizações pessoais. E me tornei algo simples e complexo. Alguém cheio de RECEIOS e ESPERANÇA, tudo junto habitando um mesmo ser. Desaprendi até a me definir. Sou alguém pisoteado pelo amor, mas que reza para que ele ainda exista. Para que eu me permita sonhar mais e acreditar que nem tudo está acabado.
Olhando para trás vejo alguém FELIZ, que um dia decidiu perder-se em meio ao vão do sofrimento, e por nada meteu-se em lugar nenhum. Jogou fora seus sonhos e deixou para trás seus amigos e tudo que importava para trilhar um caminho de incertezas, e de olhos vendados aliou-se ao MEDO. E desde então o MEDO nunca mais lhe abandonou.
Já não espero nada além de companhia. Nem amor, nem ódio, nem grandes emoções. Fico estática deixando que o tempo modifique, reinvente, recomece, me traga anjos e me faça milagres. Enquanto o milagre não vem, continuo casada com o MEDO, mas sempre pronta, sempre disposta. A modificar, a reinventar, a recomeçar.