Sonhos
Sonhos... que sonhos?...
Que são certos sonhos quando se é maduro?
Que créditos lhes ofereço, esse campo nebuloso?
Bom é ser criança, que acredita mesmo.
Meninos de fato crêem, vivem o invivido,
Enxergam-se grandes inda pequenos; sonham grande;
Meninos vêem a verdade onde jamais estará.
Mas tão bom é iludir-se, sem medo, sem ressalvas...
Meus sonhos têm um quê de análise – então não são sonhos!...
Talvez sejam planos... Mas e os sonhos?...
Esses ainda me alimentariam o espírito;
Às vezes alimentam feridas,
Que, às vezes somem, outras não; e daí?
O corpo também some, passa... o espírito prossegue.
Como se inventavam mesmo aqueles enredos fantásticos?
Poucos elementos me bastavam e já vivia infinitas histórias,
Histórias que nunca foram, e ainda assim sobrevivia.
Queria mesmo acreditar nos mais impossíveis sonhos,
Mas só consigo sonhar que acredito.