Lanterna
Quando tudo aparentemente é breu, e a alma encontra-se perdida em meio a uma grande caverna que parece não ter saída, eis que sempre surge um brilho para dar-nos esperança, uma luz que acalenta o coração. Acredito que a Lua, funcionando como uma lanterna divina, exerça esta função. Quando, abatidos pelo cansaço, a olhamos com os olhos entreabertos, podemos perceber que, sua luz, semelhante a de um grande farol, penetra-nos e, apesar de tudo, consegue clarear a profunda gruta, guiando-nos para fora do desespero. Diria o pessimista: “nem sempre há Lua”. Digo que há estrelas que, embora menores, ainda possuem brilho. Poderia este dizer também: “às vezes não há nada no céu além de manchas negras”. Pois digo que estas são necessárias, pois convidam-nos a reflexão e, apesar de deixarem marcas, tudo se cura, pois o tempo é inexorável e, com a passagem deste, é chegado, invariavelmente, o tempo da Lua brilhar outra vez.