022 - OS DESENCONTROS...

Aos arrastos me arrastei, nos rastros que deixei fui plantando a minha dor. Pois eu canto este velho e nunca desgastado tema, que é o amor. Das esquinas tenebrosas das almas dementes, a lua toda se curva para se derramar e ver o encontro dos desencontros que da vida roubaram, destruíram e mutilaram os sonhos que por isto nunca deixaram de ser sonhos, hoje sombras leprosas que furtivamente se escondem da luz da saudade que as procuram. Arrastar por entre escombros de sonhos é a minha sina, mas quando do alto eu consigo um clarão roubar a esperança renasce, então eu canto e a melodia a tudo vai reconstruindo e a tudo vai revivendo, das ruínas os castelos, do mato ressequido as flores e o perfume de outrora, dos ossos sobre a terra esquecidos meu cão vira lata no portão a me esperar e no salão de festas desta loucura, da fotografia amarelecida pendurada na parede a moça se descola e sorrindo me convida pra dançar...

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 17/03/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2853859
Classificação de conteúdo: seguro