O que faço agora
Tem escrito tantas coisas, e aposto no papel
Tem rimado tantos versos,
Tem sonora comoção.
Tem o choro da emoção
O sorrir bem acanhado,
O rubor da tua face
Tenho feito tantas coisas
Tantas nobres incubencias
Tanta dor, tanta lamúria,
Uma doce coincidência.
Tenho dito, tantas coisas
que agora volto atrás.
Tenho achado tão tristonho
o prazer que me apraz.
Nem eu sei onde tu andas,
o que queres o que faz.
Mas estou, a tua espera...
Sem saber se ainda vens.
E me encolho no meu canto,
E canto ainda a canção,
A canção que muito outrora
Ja tomou teu coração
Mas se agora ainda canto,
Balbucio essa rima,
É como quem clama baixinho
o perdão que vem de cima.
O amor que vem do alto.
Que nos cura, reanima.
O amor que ainda sinto
Que começa e não termina.