Há pouco me perguntaram quem eu era. Entre tantas perguntas que eu saberia responder, sobre os mais diversos -e estranhos- assuntos, veio logo essa que me deixou por um tempo afônico.
Confesso que até agora não consegui me definir, não entrei em consenso com os meus pensamentos.
Um multifacetas, sagaz, que finge de égua (tem quem entenda o linguajar) e que, na verdade, está sempre por dentro do que acontece ao seu redor.
Porém, acho que seria dada uma resposta diferente a cada pessoa que me perguntasse.
Sou diferente com cada um. Cada indivíduo ouviria o que lhe caberia.
Tem com quem eu seja arrogante, claro.
Ao mesmo tempo, sou atencioso com o companheiro ao lado.
Cada um merece o seu tratamento, de acordo com o modo que me trata.
E eu não finjo, por mais que me seja conveniente. Não consigo, é coisa minha. No máximo disfarço, e mal. Sou transparente, e isso é um ponto em comum à todos que me conhecem, isso eu não mudo.
Quem sabe para essa pessoa que me indagou mais cedo eu deveria dizer: Egocêntrico, egoísta, indiferente e o caralho a quatro. Mas sempre com um sorriso no rosto. Sarcástico. Mas não deixa de ser um sorriso.
André Fernandes