Tent'entender...
Falar de mim? O quê?
Sou tempestade em copo d'água... Besta feito uma égua que não se curva e não se dobra, mas, se tu me cobra, eu digo: Sou chuvarada de verão, deserto quanto sertão e ainda ando só, sozinho... Remoendo as mágoas que ninguém ouve e se houve em algum tempo, fui eu!... Do pouco que me resta dividirei... Do pouco pão, pouca farinha, pois se me farto no prato fundo do maior vazio do mundo... Não foi sina... Nunca fui Raimundo e muito menos Severina! E, se digo e repito é fato! Não minto pouco à muito e, miséria pouca é bobagem... E, como não lhe direi; só louco amou como eu amei!
Marisa Rosa Cabral.