SOLIDÃO

Dói em mim quando escuto o silêncio. Há, por vezes, uma insistente saudade quando olho o mar, o céu e pressinto a tempestade. Caminho com o vento e a solidão das ondas, ora mansos, ora revoltos. Mas o que mais me impressiona em tudo isso é a magia que se mistura aos meus pensamentos e o cheiro de liberdade.

Eu sempre me pergunto sobre o mistério da vida e da natureza. Falo com Deus e fico esperando que Ele fale comigo. Tenho a sensação que uma das maneiras que Deus usa para responder as minhas perguntas é me colocando diante da natureza. Sou louca por esta ausência de tudo e ao mesmo tempo presença de muito mais. Meus olhos buscam longe o que meu coração pergunta cada vez que bate melancolicamente.

Deixo pegadas na areia que as ondas vêm e levam. Vejo pássaros rodopiando livremente e descompromissadamente todo o tempo. As árvores, com verdes diversos e formas incríveis preenchem o que chamo de paraíso indecifrável.

Não sei se estou feliz ou triste, apenas sei que uma multidão de sentimentos passeia incansavelmente por cada canto de mim. A vida é para mim, às vezes tudo, às vezes medo, às vezes riso e outras vezes uma dor, sem quê, nem por quê.

É fácil parar aqui, fechar os olhos e pensar que estou numa outra era e com sonhos à flor da pele. Mas, muito mais difícil é abrir os olhos e saber que o tempo passou e não me dei conta disso. Assim como não me dou conta agora mesmo.

Se fosse possível eu deixaria tudo que abomino para trás e começaria daqui. Seguiria praia adentro, ou mar adentro, e recomeçaria num universo distante e incomparável.

Sou louca por canções tristes e poesias também. Gosto de ouvir histórias e de gente que olha dentro do coração.

GILCÉA
Enviado por GILCÉA em 16/03/2011
Reeditado em 16/03/2011
Código do texto: T2851671
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