À queima roupa

Recebi mais um tiro a queima roupa,

Trespassou meu peito,

Ardeu meu sangue

E fez o chão cambalear debaixo de mim.

Quantas são as feridas que mantenho ocultas,

Mas que continuam abertas me enchendo de dor.

Finjo que sou forte e talvez eu realmente seja,

pois Deus parece acreditar em mim,

(Mais do que eu mesma acredito).

Já construí escadas,

Agarrei-me a pedaços de corda,

Gritei alto, bem alto

E rezei.

Agora estou cansada de lutar,

Embora não exista outra coisa a fazer.

Queria apenas um anestésico,

Palavras doces e sinceras,

Um olhar onde eu ainda coubesse.

Pena que os assassinos não olham nos olhos,

Apenas atiram e depois vão embora.