Pensamentos Noturnos II

Os fantasmas invadiram meu desejo e quase me matam!

Nesse silênco, onde eu, o relógio de parede, o motor da geladeira e a chama do fogão que esquenta a água para o chá, murmuramos nossa monotonia.

Logo o dia virá abafar essa orquestra regida pelos meus espectros .

A água agora ferve e parece um grito, parece um coro .

E eu me pergunto se há anjos assistindo esse triste espetáculo.

Derramo a água e grita também a xícara, eu afogo o sachê e só depois que ele morre tem sabor. Me pergunto se assim também não serei eu.


Cristhina Rangel.
Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 15/03/2011
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