Não acredito no paraíso.
Acredito no medo.
Acredito na dor.
Acredito na morte.
Ainda que eu plante flores no meu jardim, todas acabam morrendo.
Por mais felicidade que eu busque, nunca é o bastante.
Tudo fenece, esmorece diante dos olhos, como pétalas que caem de seus corpos murchos e sem vida.
Talvez eu tenha medo da vida. A vida que se oferece à mim como uma taça de vinho que deseja ser sorvida, saboreada, sentida...
A mesma vida que se apaga como uma vela soprada, deixando apenas a escuridão aos que ficam.
Mas, como um amigo querido me diz sempre: "... Não se pode evitar o inevitável..." O que tem de acontecer, sempre acontece, ainda que demore um tempo, e eu espero que aconteçam muitas coisas antes da chama se apagar da minha vida aqui para se acender, quem sabe, no inferno das ilusões que criei, dos planos que fiz e não realizei, das vontades que tive e não saciei...