Jaz a rosa
Jaz a rosa sob a lama salgada
Agoniza o broto afogando-se sob a onda
Que avança varrendo a terra por onde passa.
Onde a beleza das flores no jardim?
Pra onde foram as arvores na beira da estrada?
Hoje chegou a morte fazendo sua ronda...
Rastro de dor, morte, lamentos, fogo e fumaça.
Havia um lago com cisnes rodeado de jasmins.
Choram os pássaros seus ninhos desfeitos
Lagrimas de sangue que leva o oceano
Como tributo aos mortos por respeito
Acalenta em seu leito o último decano.
E o mar veio e tomou o que era seu
Nada deixou com antes, nada ficou no lugar.
Elevam os homens suas preces aos céus
Enquanto esperam seus mortos sepultar.
A terra tremeu em convulsão
E o oceano agigantou-se solidário
Lavou a terra, saqueando como um corsário
Deixando as flores mortas pelo chão
Ele veio silencioso como arauto da destruição
levando consigo vidas como contas de um rosário.