Andanças...

Andei pelas ruas... Cinzas criaturas de asfalto.
À luz de uma manhã comum... Fui ao encontro do rosto... Dos gigantes, que deitados, relembram-me que posso dormir.
Não há flores nas janelas... Nem cortinas brancas na alma... Apenas passos direcionados pelo tempo... Não meus... Vento.
Lembrei-me dos sonhos... Do baú, em madeira crua... Lembrei-me do sorriso franco, de quando eu era menina...
..."Nos proteja"... E a mim, que não tenho crença?
Tenho palavras... Apenas palavras... Como competir com a presença?... Lendas!
Posso adornar os meus cabelos... Correr solta pelo vasto sentimento... Posso tudo... Mas, preciso sempre sentir-me inteira... Rendas!
O esculpir de uma dança única... De uma andança ajustada ao rítmo...
Abrir espaço apenas a um abrigo.
E ao delinear do texto... Percebe-se que, ao precisar de muitos ajustes, não teve um bom começo.
Andei pelas estradas... Sou a alma de milhares... Cansada de cumprir etapas.Casta?
Volto-me ao solo... Um dia, plano...No outro, cobertura... Morte e vida, em diferentes direções...
Por que o homem sofre tanto com coisas passageiras?... Platão semeia a arte de não fazer parte... Ilusão.
Aprendiz de mim... Não valho a pena que ilustra os sentidos. Para que adornas a cama com pétalas... Se soo para além do infinito?... Mito!
Desisto de mim.Peguei uma carona na loucura... O riso da loucura reporta a leveza do não saber nada... Contradição.



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