AMOR E ÓDIO
AMOR E ÓDIO
Amor meu grande amor me agarre com força e
mesmo que me engane, viva-me, porque me dou
integralmente aos seus olhos que me vêem como retrato.
Amor desgraçadamente amor faça-me sua vontade
enquanto consigo gozar, porque meu orgulho cresce do
chão onde rastejo agora suas migalhas.
Amor desumano amor me tire como prenda sorteada
e grite sua sorte ao mundo, porque meu número pode
desaparecer do sorteio e nem mesmo sobre alguma esperança.
Amor desenganado amor não se esqueça dos beijos frios da
madrugada, sua cabeça pesada em meu ombro e o odor forte
da cachaça saindo da sua alma. Meu amor que um dia foi seu
reclama da linha que se cruzou e do ódio presente,
Nunca um oposto se formou tão sutilmente e vejo a morte
com sua herança. Vai-te poeta da vida e canta sua sina ao
mundo dos desesperados e enganados, Porque o ódio
só existe onde o egoísmo fez-se parecer um amor de verdade.