[Vigência]

[Pequena prova de estar vivo]

Tenho ainda em meu rosto

o sal deixado por antigas lágrimas;

e o meu coração, temeroso,

num fiapo de esperança inútil,

ainda anseia por aquelas noites

gravadas na memória do corpo.

Quanto dura, ou há de durar,

a vigência de um sofrido amor?

Será que é ainda a mesma estrela

que brilhou no instante do encontro,

a iluminar, agora, o antes e o depois,

por mais distantes que estejam?

Seres de um universo em expansão,

cada um de nós habita sonhos fugidios...

Vive-se mais na partida que na chegada?

[Nunca tenho a intenção de ser claro]

Ironias à parte, o meu coração

não sabe de nada, de nada...

Mas pulsa, quer deixar amanhecer,

novamente, uma frágil esperança!

[Penas do Desterro, 09 de março de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 09/03/2011
Reeditado em 13/03/2011
Código do texto: T2836985
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