[Vigência]
[Pequena prova de estar vivo]
Tenho ainda em meu rosto
o sal deixado por antigas lágrimas;
e o meu coração, temeroso,
num fiapo de esperança inútil,
ainda anseia por aquelas noites
gravadas na memória do corpo.
Quanto dura, ou há de durar,
a vigência de um sofrido amor?
Será que é ainda a mesma estrela
que brilhou no instante do encontro,
a iluminar, agora, o antes e o depois,
por mais distantes que estejam?
Seres de um universo em expansão,
cada um de nós habita sonhos fugidios...
Vive-se mais na partida que na chegada?
[Nunca tenho a intenção de ser claro]
Ironias à parte, o meu coração
não sabe de nada, de nada...
Mas pulsa, quer deixar amanhecer,
novamente, uma frágil esperança!
[Penas do Desterro, 09 de março de 2011]