O nada, que nada sou
Em algures sou poeta
já que não sou nada
O nada irá me contemplar
Hei de ser aplaudida por uma plateia de cactos
Numa peça meio ao deserto
E eu pesso com toda franqueza antes que eu enlouqueça
e eu venha a ser de volta o nada que nada sou
Permaneça aqui
Me cubra com um pouco de ternura
que em mim nada restou
Me dê um pouco de qualquer sentimento.
Para que eu possa sentir um pouco de vida.